Mas o que é Otosclerose? Vamos ver:
Otosclerose, também denominada de otospongiose, é uma doença
metabólica microscópica exclusiva dos ossos temporais, localizados nas partes
laterais do crânio, onde os ouvidos estão inseridos.
Caracteriza-se por um crescimento ósseo anormal das paredes
do ouvido interno. Pode causar fixação do menor osso do corpo humano - o
estribo - e, neste caso, transmitir com menor intensidade as ondas sonoras até
o ouvido interno, causando diminuição de sensação auditiva. É o que houve
comigo o meu osso do estribo esta se fixando em vez de vibrar.
De caráter genético, é causado por um gene autossômico
dominante cuja expressividade é de aproximadamente 40%, isto é, apenas 40% das
pessoas portadoras sofrerão a doença.
Afeta mais mulheres na proporção de 2:1 em relação aos
homens. Inicia geralmente entre 20 e 30 anos de idade e costuma piorar na
gravidez. (Eu tenho 32 anos)Na maioria dos casos, em torno de 70%, afeta só um
ouvido e é rara na raça negra. Alguns casos são acompanhados de zumbido.
A perda auditiva é progressiva, piorando com o passar do
tempo. Nas faixas etárias acima dos 50 anos pode piorar muito e chegar à
surdez.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela história clínica e por exames,
audiometria e impedanciometria principalmente. O exame físico é normal, ou
seja, não se notam quaisquer alterações visíveis no paciente. Algumas vezes se
necessita de exames radiográficos, normalmente tomografia computadorizada.
Tratamento
De modo freqüente é possível se resolver o problema por
cirurgia, denominada de estapedectomia. Neste caso o estribo é substituído por
uma prótese, que pode ser confeccionada de ouro, platina ou material plástico.
Trata-se de uma micro-cirurgia delicada, porém relativamente simples de ser
executada por cirurgiões treinados e que apresenta bons resultados na maioria
das vezes.
Alguns pacientes podem se beneficiar de terapia feita com um
composto de flúor por via oral. Caso a cirurgia não de certo pode ocorrer a
perda total da audição, outra possibilidade é o aparelho auditivo, isso se a
pessoas já não estiver com a audição 100% comprometida.
No começo foi muito difícil aceitar o que estava
acontecendo, porque ninguém na minha família tem otosclerose e sendo ela uma
doença genética como eu poderia ter??? Será que fui trocada na
maternidade??Acreditem isso me passou pela cabeça.
Mas antes de pedir um teste de DNA resolvi saber mais da
minha família, não conheço a família do meu pai eles, moram em outro estado,
são imigrantes portugueses e não sei nada deles, que doenças tem, quem são
enfim, vasculhei tudo e descobri que além de ser a cópia fiel da minha avó
portuguesa, herdei dela também todas as doenças que ela tinha e a otosclerose é
uma delas.
Logo na primeira vez que fui ao médico ele examinou e me
disse é otosclerose, mas eu não acreditei claro, fui a outro, que disse a mesma
coisa, mas eu ainda não estava convencida então fui a um terceiro super fera na
área e especialista em zumbido, e claro o diagnóstico não estava errado. Fiz
vários exames, inclusive uma ressonância magnética, Bera, eletroencefalograma et. E tudo confirmou
Otosclerose.
Fiquei chateada, passei pelos vários estágios do
diagnóstico, meus sentimentos variavam... primeiro veio a Negação, depois a
cólera, a barganha, a depressão e aceitação. Como nos estágios da morte, eu vi
morrer em mim a esperança de um diagnóstico errado. No começo meu primeiro ato
foi saber tudo sobre a doença, eu pesquisei, li livros, artigos
médicos,vasculhei na minha mente tudo que eu havia aprendido na enfermagem a
respeito da doença, conversei com outras pessoas, inclusive com as que fizeram
cirurgia, eu queria ter um plano B, achar uma saída, como todo mundo eu fiquei
me perguntado meu Deus porque eu, porque comigo, justo eu que gosto tanto de
musica(alta diga –se de passagem,) e só de pensar que talvez eu nunca mais
pudesse ouvir música já me fazia chorar.
Outra coisa que arrasou comigo foi o fato de que a
Otosclerose piorar na gravidez,no fundo bem lá no fundo eu sempre quis ter
outro filho e saber que uma gravidez pode me deixar mais surda ainda no começo
me chateou demais.
Mas o que me acalmou mesmo foi a explicação do meu médico
sobre a evolução da doença, a Otosclerose pode levar anos pra se desenvolver,ou
se desenvolver em pouco tempo depende cada caso é um caso, aos poucos fui
compreendendo melhor a doença e fazendo acompanhamento mensal, existem 26 tipos
de medicamentos pra curar o zumbido no ouvido, e claro há a cirurgia. Eu já
estou testando o 9 medicamento, ainda tenho o zumbido, mas agora são dois tipos
de zumbido diferentes, além do zumbido estridente como de um apito, agora
também ouço o som de uma flauta descompassada, uma orquestra sinfônica demoníaca
que me tira o sono.
O fato de conhecer melhor o problema, pesquisar e levar minhas
duvidas ao médico ajudaram muito a me tranquilizar. O apoio da família conta muito também, é fundamental. Porque veja bem, já não
ouço mais TV no mesmo volume de antes, já não compreendo as palavras da mesma
maneira.
Digo compreendo porque eu escuto o som, mas não consigo
distinguir, por exemplo, se a pessoa falou janela, panela, ou canela. Chega a
ser engraçado, mas é triste...
Um dia desses fui à casa de uma amiga, e claro os homens se
reuniram pra jogar vídeo game e nós ficamos fofocando, uma amiga começou a
contar um caso baixinho pros demais (homens) não ouvirem, e eu não ouvi nada,mesmo
estando do lado dela, apenas balançava a cabeça e dizia uns (oh, hum, nossa,)
de vez em quando. Sai de lá extremamente chateada.
Outra situação chata é quando tenho de fazer exame pra
controle da diabetes, e eles chamam o paciente pelo nome, e não pelo numero da
senha no painel eletrônico fico sempre apreensiva com medo de não ouvir me
chamarem, levo sempre meu filho comigo pra me ajudar nessas horas. Rss São
pequenas coisas do dia a dia que aos poucos vão fazendo falta na nossa vida.
O zumbido me deixa muito irritada às vezes porque é um
barulho infernal capaz de enlouquecer qualquer cristão. E por ser cristã é
nele, em cristo, que me apego pra suportar essas adversidades. Não culpo a Deus
pela minha doença, porque no fundo da minha alma eu sei que essa provação foi
escolhida por mim, não sou capaz de me lembrar porque escolhi passar por isso
antes de reencarnar, mas deve ser por um bom motivo. Quanto a ter outro filho,
eu entreguei nas mãos de Deus, se eu tiver de dar à luz a outra criança, farei
isso com amor e prazer mesmo que me custe a minha audição, ser mãe vale tudo
isso e muito mais. Só Deus sabe do meu destino. Confio inteiramente nele e
assim vou vivendo e aprendendo a lidar com minhas limitações. Beijokas.